sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Hábitos de Leitura


Nem sempre o hábito de ler e o gosto por livros caminham demãos dadas. Sendo por vezes necessário diferenciar o hábito da leitura do hábito de consumir livros. A leitura pode considerar-se é um acto intelectual e, se bem desenvolvida, pode tornar-se uma fruição estética e espiritual.

Enquanto que a leitura em si, é um processo humano em constante evolução, é atitude complexa. Requer uma pré-disposição específica para a compreensão do mundo que nos cerca. Ultrapassa a mera apreensão do significado literal de palavras, estando ligada ao desenvolvimento de uma postura activa, humanística e integral. Consideremos então que ler é educar-se.

Para cada pessoa, um tipo de leitura; há pessoas para quem o frequente hábito de ler não escolhe o que ler, mas sim um objecto passível de leitura, não fazendo distinção quanto ao objecto.

Contudo, há aqueles pessoas para quem os livros são um amor, uma paixão, a justificação é sucinta mas muito determinante, o texto em papel, o folhear de um livro, o cheiro a folhas novas, a sensação de uma capa acabada de sair da gráfica, a boa qualidade do papel, o estalar da folha ao virar de cada página virgem, visualizando o livro com um prazer estético; ou o cheiro de um livro velho, que espera do leitor um leve e delicado folhear.

O gosto pelos livros é uma experiência sensorial, táctica, visual, auditiva, olfactiva.

A breve descrição acima referida, vai de encontro ao gosto pela literatura, o viver as histórias escritas nos livros, a intensidade das emoções que estes pretendem passar a quem os lê.

Existe no entanto pessoas que lêem vários livros técnicos e de cunho estritamente profissional, e que nada mais lêem do que esse tipo de documentos.

1 comentário:

SVeríssimo disse...

Sem dúvida que hoje em dia há diversas pessoas que lêem livros para se manterem actualizadas nas suas profissões, por exemplo, e não lêem livros por aquilo que eles possam despertar em nós. Pois, ler é viver a arte, sentir emoções, fazer viagens, conhecer mundos, costumes, cores, paisagens. Questionar e encontrar as respostas, sentir-se no meio de uma multidão, mesmo estando só, é não sentir solidão. Percorrer ruas antigas ou modernas, voltar-se no tempo ou saltar vários anos à frente. Torcer, sofrer e sorrir com os personagens, desbravar matas e conviver com animais, numa aventura sem limites. A literatura, como qualquer arte, vai além da informação. É também formativa e possui um valor perene. Literatura cria as emoções e o prazer. Ela é para oportunidades únicas de encontro do indivíduo consigo mesmo e com os outros, trabalhando com o imaginário, ser lida, fluida com gosto, mesmo que solitariamente.
Eu trabalho com crianças e sei que gostar de ler não é um dom, mas um hábito que se adquire. Como tal, tento incentivar as crianças a ler. Pois é, através da leitura, que as crianças começam a desenvolver o poder da imaginação, reflexão e argumentação. E são elas o nosso futuro.